Birra de criança: 11 dicas para lidar da melhor forma
Pouca coisa é tão comum quanto birra de criança. Os pais, muitas vezes, não sabem o que fazer ou como agir aos gritos, choros e, às vezes, até às reações mais violentas. Mas podem ficar tranquilos, pois aqui vamos dar 11 dicas para lidar da melhor forma com essa situação.
Afinal, o que é birra?
As birras são expressões da emoção e por isso podem vir juntas de choros, fúrias, reclamações, gritos, agressividade, resistências à conversa, entre outros comportamentos. É um processo natural e faz parte do desenvolvimento saudável de uma criança.
São, também, formas de posicionamento diante das negações e frustrações dos pais e/ou outros adultos. Nesses momentos, algumas crianças choram, se jogam no chão, gritam, se negam a cooperar, ou até mesmo usam a agressividade como forma de expressar suas emoções.
Quais são as causas da birra?
As birras ocorrem, em geral, quando a criança não consegue entender algo ou não é capaz de expressar o que está sentindo ou quando se sente frustrada. Para uma melhor explicação seguem algumas possíveis causas desse comportamento.
Falta de controle da situação ou frustração
Quando uma criança tenta fazer algo que ainda não está dentro das suas habilidades adquiridas ou até mesmo ao ser provocada por um irmão ou outra criança.
Emoções
Quando a criança sente alguma emoção que não consegue compreender, como raiva, preocupação ou até mesmo vergonha.
Sensações que não conseguem identificar
Além das emoções, algumas sensações também podem desencadear comportamentos de birra, por exemplo, quando uma criança não consegue identificar a fome e, assim, fica estressada, mas sem entender o que está sentindo.
Quando as birras começam?
As birras podem iniciar antes de um ano de idade, pois depende da personalidade e da criação. No entanto, quando a criança ainda faz birra após os seis anos, a melhor coisa a fazer é buscar um especialista.
Muitas vezes pode estar relacionado a um acontecimento específico, como, mudança de escola ou de casa, a morte de um animal de estimação ou um ente querido.
É possível evitar comportamentos de birra?
Algumas vezes é possível identificar os sinais de que algo irá acontecer. Caso a criança muito pequena já tenha o costume de não lidar bem com algumas emoções e frustrações, antes de alguma negativa, o ideal é distraí-la com brincadeiras.
Com a criança um pouco mais velha, o diálogo faz toda diferença. Dar diferentes opções para a criança escolher também é uma alternativa.
Por exemplo, se a criança quer um brinquedo e naquele momento não pode, você pode pedir, por exemplo, para que ela escolha o presente para o aniversário, Dia das Crianças ou Natal. Isso nos faz lembrar daquele famoso “na volta a gente compra” que nossos pais já usavam no passado. Então, observe os fatores, pois na próxima você reconhecerá os gatilhos.
Toda criança faz birra?
As birras são super naturais em crianças pequenas, portanto, elas vão acontecer naturalmente. Algumas vezes você vai conseguir evitar e lidar bem, mas em outras não.
Pode ser que você consiga driblar muitas delas, mas caso não consiga, não tem problema. Afinal, como já falamos, as birras fazem parte do desenvolvimento da criança.
11 dicas para lidar da melhor forma com as birras
1. Não se preocupe com as outras pessoas
Ao passar por um momento de birra em público é comum se sentir constrangido e com medo do que vão pensar. Muitas pessoas podem ainda nem ter filhos e os que já tem e julgam fazem isso por falta de conhecimento sobre o assunto.
Para lidar com birras é preciso ter paciência. Além disso, você não deve ceder apenas para evitar possíveis constrangimentos, pois você está educando seu filho. Isso é mais importante que qualquer julgamento.
2. Nada de violência
Os pais podem não prever o comportamento dos filhos, porém, podem controlar seu próprio comportamento. A criança não tem a intenção de fazer os pais passarem vergonha, elas só não conseguem lidar com o que sentem ou com a situação em si.
É importante que a criança aprenda a expressar seus sentimentos com as palavras e não com comportamentos inadequados. Manter a calma e o tom de voz é importante, mas também, ter empatia pelo que a criança está sentindo é essencial.
A violência não ajudará em nada, por isso, evite qualquer comportamento “explosivo”, principalmente as “palmadinhas”, uma vez que as crianças podem se tornar mais desafiadoras e raivosas, além de entenderem que é com agressividade que se resolve as coisas.
Quando você não conseguir se controlar e passar dos limites, ainda pode pedir desculpa e retomar a conversa de uma forma mais branda.
3. Manter a calma não é o mesmo que ceder
Ceder ao que a criança quer nunca é a melhor solução, pois vai passar a mensagem de que ela pode conseguir o que quiser e isso pode aumentar a frequência desse comportamento.
Além disso, quando o adulto cede à birra, deixa de passar importantes lições, como aprimorar a capacidade de resiliência e de lidar com suas frustrações. O caminho é dizer não quando precisar e acolher a frustração causada pela negativa.
4. Mantenha uma rotina
A rotina é muito importante para as crianças, pois auxiliam no desenvolvimento da orientação espaço-tempo. Além disso, estimula a socialização e ajuda na construção da autonomia e independência. Desta forma, crie uma relação diária de alimentação, sono e brincadeiras.
Além da rotina, é preciso estabelecer regras previamente. Isso acontece porque ao prever ações que podem ser gatilhos para birra, a criança terá uma frustração menor quando acontecer, afinal, já foi alertada.
Um exemplo disso é que ao sair com a criança, pode pontuar que só pode comprar apenas uma coisa ou que não poderá comprar nada para ela naquele dia. Além disso, explique a razão para isso e verifique se a criança entendeu bem.
Durante o passeio, caso uma birra comece, relembre o que havia sido combinado. No caso de ter uma regra de comprar apenas uma coisa durante o passeio, quando ela escolher o primeiro, fale que aquela é a única coisa que poderá comprar no dia e peça que ela decida.
Assim, além de ficar menos frustrada, a criança ainda exercerá o poder de escolha e entenderá sobre as consequências dela.
5. Evite grandes discussões com crianças pequenas
O diálogo é uma parte importante nos momentos de birra, mas não adianta ter grandes discussões com crianças menores e que não vão entender.
Em algumas situações, a criança pode agir de forma agressiva e nesses momentos a troca de falas, muitas vezes, podem irritá-las ainda mais, afinal, não vão compreender a mensagem que o adulto quer passar.
Em vez de discutir com a criança, explique o que ela está sentindo, fale, com calma e paciência, o que você pensa sobre a situação e, de preferência, uma única vez até que ela se acalme.
6. Trabalhe com a escolha
Para que a rotina não seja ainda mais complicada, apresentar escolhas pode ajudar, porém, essas escolhas devem ser apropriadas e fazer sentido.
Por exemplo: caso a criança queira vestir algo inapropriado para uma ocasião de festa, você pode dar duas opções de roupa e deixar que ela escolha, assim, você estará dando a opção para a criança, trabalhando ainda a sua autonomia e tomada de decisão.
7. Reforço positivo
Se o seu filho diz muito “não”, provavelmente, ele escuta muito não, mas, mesmo que estejam bem-intencionados, pode ser mais interessante e eficiente usar o reforço positivo.
Por exemplo, se a criança risca a parede em vez do papel, quando você diz “não risca a parede” ela vai focar na parede. Para mudar isso, diga: “o lugar correto de riscar é no papel, com isso você também pode dizer “a mão é no brinquedo” quando ele começar a colocar o dedo na tomada.
Parabenizar a criança quando ela faz algo “legal” também é uma ótima estratégia. Faça festa, pule, dance e bata palmas sempre que a criança fizer algo positivo não enfatizando tanto quando ela fizer algo que não seja correto. Com essa atitude ela sempre irá receber os aplausos e começará a perceber que é bacana fazer as coisas corretamente.
8. Troque batalhas por brincadeiras
No lugar das possíveis batalhas diárias, como se vestir para a escola, dar a comida ou tomar banho, tente transformar esses momentos em brincadeira. Quando você tenta fazer essas tarefas e existe alguma resistência por parte das crianças, faça parecer divertido para que se torne um momento agradável.
Um bom exemplo disso é transformar a colher, no momento da alimentação, em um aviãozinho, usar uma voz engraçada, músicas ou caras e bocas. Assim, trará mais leveza para esses momentos.
9. Tente ouvir a criança
Para criancinhas menores, que ainda não conseguem se expressar em palavras, essa dica não funciona. No entanto, para as maiorzinhas que já conseguem dizer porque estão com raiva e fazendo birra, é uma ótima forma de entender o que acontece com ela.
Assim, depois que o momento passar, pergunte a criança o que aconteceu, o que ela sentiu e por que se comportou dessa forma.
Essa conversa precisa de calma, pois a ideia é que a criança se expresse verdadeiramente e tente explicar ao máximo o que sente e não que se sinta ameaçada.
Além disso, não entenda como “adulação”, pois, na verdade, é um exercício de comunicação com o filho. Isso é algo que se acontecer com frequência no crescimento dela, será muito valioso para a relação com os pais.
Vale lembrar ainda que passando muito tempo da birra a criança pode não lembrar exatamente o que sentiu ou qual foi o momento, por isso, tente conversar logo após ela se acalmar.
10. Ensine sobre a maneira certa de agir em momentos de frustração
Continuando um pouco o item acima, além de entender o que a criança sente e saber porque ela reagiu daquela forma, é importante explicar que não é a melhor maneira de reagir quando não se gosta de algo.
Claro que nem toda criança entenderá bem essas palavras, mas é necessário tentar explicar de uma maneira mais simples e didática para ela.
Pode dizer que aquilo não é legal e que os pais ficam tristes quando age daquela forma, por exemplo. Explique que é melhor ela dizer que está chateada por a mamãe ter dito “não”, por exemplo.
11. As outras pessoas que convivem com a criança precisam saber como reagir também
É muito importante que os pais e os familiares, como avós, irmãos mais velhos e tios estejam alinhados sobre a melhor maneira de agir nesses momentos, afinal, as birras devem acontecer na presença deles também.
Por exemplo, não adianta a mãe fazer tudo certinho e o pai agir de outra forma. A educação da criança deve ser responsabilidade de todos. Assim, converse com as pessoas da sua convivência sobre como gostaria que elas reagissem nesses momentos.
Além disso, explique o que são as birras e por que elas acontecem. Desse modo você terá um apoio na missão de fazer a criança entender suas emoções, aprender a lidar com as frustrações e até a fazer as mudanças necessárias.
Entenda que as birras diferem em cada casa
Cada criança é única e algumas situações serão iguais, enquanto outras serão totalmente diferentes. Por isso, não compare comportamentos, mas você pode aproveitar para conversar sobre como os outros pais agem nesses momentos quando for buscar as crianças na escola. Quem sabe você não encontra novas maneiras de agir?
A escola pode ajudar
A escola precisa ser um lugar de acolhimento, pois a criança precisa se sentir segura. É o lugar onde as crianças aprendem a entender e enfrentar as frustrações.
As professoras são partes importantes nas tratativas das birras. Elas estão preparadas para lidar com a criança nessas situações, pois estão sempre atentas aos possíveis gatilhos que levam as crianças a esses comportamentos, afinal, como a criança passa boa parte do dia na escola, seu desenvolvimento precisa estar em parceria com a família.
Assim, com uma escola e as professoras preparadas para todas as situações de conflito, passar por esses momentos pode ser bem mais tranquilo.
Essas são as nossas dicas para lidar com as birras da melhor forma.
[…] os pares com a supervisão do professor. Além disso, a escola também auxilia comportamentos de birra, comuns na […]